segunda-feira, 13 de agosto de 2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

O filme do Batman é bom? Ou será que é ruim? Ou talvez mesmo não seja nem bom nem ruim. Ou, mais provavelmente, estou enrolando para o texto ficar maior. A verdade é que o filme não pode ser analisado sozinho, tem que ser visto também como o final de uma série. E nesse ponto ele é bom, porque ele mostra o grande objetivo do Bruce Wayne, desde o primeiro filme, tornar o Batman um símbolo para Gotham (e gastar todo o dinheiro da família em armamentos).

-Como assim acabou todo o dinheiro?
-Lembra aquele tanque, o sistema de radares, a moto com mísseis, e aquela porra voadora? Então...

No início, ele é só uma figura criada para incitar o medo nas mentes dos crimonosos, mas isso não é o bastante para mudar a cidade. A justiça e a polícia continuam corruptas. No Dark Knight, o segundo e melhor filme, Bruce Wayne percebe que a única forma de conseguir o que queria e mudar a sociedade de Gotham era tornar Harvey Dent o símbolo da ordem. Mas o Coringa corrompe esse símbolo, e o Batman tem que tomar para si os erros de Harvey, que acaba se tornando um mártir na luta contra o crime organizado. Surge uma nova Gotham, onde mais pessoas são presas, a máfia desapareceu e a cidade parece passar por um momento de paz (com pouco direito aos presos, pelo visto). Na nova Gotham, ninguém precisa mais de um vigilante uniformizado atuando fora da lei.

E sem batman, quem é Bruce Wayne, um cara que nunca conseguiu prosseguir com a vida dele desde que seus pais morreram. Um homem rico sem nada mais a fazer, a não ser amolar o mordomo. Assim o encontramos no Ressurge, de bengala, com um aspecto envelhecido. Algo bem audacioso, pois acredito que todos pensavam que ele seria derrotado no decorrer do filme. Mas ele já começa fraco desde o início. Só quando percebe que a Liga da Sombra, a mesma que era liderada pelo seu mentor no primeiro filme, pretende atacar a cidade é que ele volta a vestir o uniforme. E finalmente, não porque venceu, mas porque foi derrotado, ele consegue se tornar a inspiração que ele procurava ser.

Você pensa que domina as trevas?! Eu nasci nas trevas! Eu me alimentai das trevas! Eu ATÉ transei com as trevas!

Tudo muito legal. O problema é que a voz do Bane ficou tosca, os planos malignos não são bem explicados e entra a todo momento uma informação nova, como o programa que apaga dados, mecanismo criado apenas para justificar a presença da Selina Kyle, a Mulher-Gato. Eu chegava no início a confundir personagens: o empresário que queria tomar as Empresas Wayne com seu subalterno, e até com o cara que queria roubar o lugar de Comissário na polícia (ok, eu também fui um pouco lento demais). E há coisas muito largadas, como o oficial Blake (o cara do 500 dias com ela) que descobre a identidade do Batman com seu radar de órfão, e a revelação da filha de Ra's al Ghul. Pra que deixar para o final? Todo mundo já imaginava que ela fosse trair o Batman, deixar a revelação de sua vilania como um dos clímax foi sem graça, no mínimo. Eu preferia que ela fosse boazinha mesmo e pronto, ou não completamente má, e Bane se aproximasse dela cobrando sua fidelidade à Liga das Sombras.

- Ah, legal! Tá vazio.Tudo bem. Só precisei passar por uma rede de lasers, seduzir um segurança, derrubar outro e desativar cinco trancas de alta tecnologia. Nem tenho nada para fazer na sexta-feira. Filho da puta!





E é uma pena que a narrativa tenha sido tão embolada. Há cenas boas, muito boas. A luta da Mulher-Gato no bar no início mostra não só que ela é boa de luta, mas sua perspicácia por montar um plano B. Ela leva junto um político desaparecido, que funciona como uma isca para a polícia vir e lhe dar, indiretamente, cobertura. É uma característica da personagem muito bem apresentada: ela está sempre pensando numa forma de escapar. O conflito entre Bruce Wayne e Alfred (o melhor personagem da série) é com certeza o ápice dramático do filme, acho que é um resumo do que se trata o Batman de Nolan. Fora que é muito bom quando o Bruce tem que atender a própria porta pela primeira vez. Já a derrota para o Bane foi o auge para mim, pois era a cena que eu esperava. Gostei também muito do tribunal em que aparece o Espantalho. Mas, pro final, o filme demora para engrenar e a história da criança na prisão enche um pouco saco.
 
O Cavaleiro das Trevas Ressurge é audacioso (em relação a grandes franquias do cinema). Procurou levar os personagens da série a novos extremos e encarou mostrar um herói fragilizado ( muito embora ele se recupere rápido demais com algumas flexões). Faltou foi é mão. Há como eu já disse, muitas histórias emboladas, que deixam a trama pesada. É um filme que eu não me imagino vendo mais de uma vez, diferente do segundo. Porém, é um encerramento sincero e fiel ao que foi a trilogia, um final que as séries originais do X-Men e do Homem-Aranha não tiveram no cinema.

- Então Alfred, que vamos assistir: Batman, E aí comeu, ou Homem-Aranha?
- Vou reclinar o convite, senhor. Não quero perder a novela. Hoje a Carminha vai se vingar da vingança da Nina.
 Ps: Curti o personagem do Blake.