quinta-feira, 11 de março de 2010

Sobre identificação.

Tem sempre algum idiota que diz "eu não consigo me identificar com desenho animado." O que pra mim não faz muito sentido. Uma pessoa pode se identificar com uma árvore, se conseguir lhe atribuir algum significado. Porra, uma pessoa pode se identificar com participantes de Big Brother! A criação de vínculo pra mim entre espectador e uma arte independe do realismo apresentado, porque nós estamos sempre transformando tudo em símbolos. Nós vivemos a ficção que criamos a todo momento.

Sobre Guerra ao Terror.

Dos concorrentes ao Oscar, é o que tem menos mulher pelada. Pelo menos no distrito 9 rola sexo inter-espécies.

sábado, 6 de março de 2010

Amazing Spider-man 578



Essa revista é muito boa. Recomendo para quem quiser baixá-la ou procurar em banca. Nela tem tudo o que eu mais gosto numa história do Cabeça de Teia, que é vê-lo tendo que se virar entre um super-vilão, policiais afoitos, pessoas pedindo socorro, compromissos com a tia May, tudo isso enquanto tem que inventar piadinhas espirituosas. É muito divertido. Aquele tipo de velha história que a gente nunca se cansa de ter por perto. E atenção: aparece o pai do J. Jonah Jameson. O JJJ original. E não, ele não está vivo através de aparelhos e nem tomou o soro do super soldado para evitar o envelhecimento.


O desenhista Marcos Martin também é foda com seu estilo retrô e narrativa fluida.


Amor sem escalas



O que eu acho legal no Amor sem escalas é que ele te faz cair na comédia romântica pra depois te jogar na lama e mostrar que é melhor estar livre de relacionamentos. Não chega a ser um filme excepcional, mas é perspicaz
Na história, George Clooney é o típico solteirão esperto, que passa mais dias voando de cidade em cidade para demitir pessoas do que em “casa”. A filosofia do cara é sempre estar livre de qualquer bagagem, seja de coisas ou de relacionamentos, assim você está livre para ir a qualquer lugar. E a idéia do roteiro é colocá-lo em choque com a expectativa de uma vida corriqueira e familar.
Tem uma estrutura que eles fizeram de pontuar a narrativa com depoimentos, num estilo meio falso documentário, de pessoas que foram demitidas e como elas lidam com isso. A cada momento isso assumiria um aspecto diferente, as vezes cômico, as vezes dramático e, no final, há uma certa idéia de superação e renovação. Há também as palestras de motivação que o George Clooney dá e que se repetem, mas sempre assumindo um certo novo sentimento. São coisas interessantes.
Fico meio em dúvida alongar e ser chato, por isso termino por aqui. Só umas coisas, a edição de abertura é bem legal, assim como os planos gerais dos aeroportos. Ficaram bonitos.

Educação



Não é que Educação seja ruim. Não é não. Mas acontece que a história é muito simples, como se tivesse seguido a risca um manual de roteiro.
Jenny, uma jovem inglesa, quer soltar a franga em Paris. O pai de Jenny quer que a filha fique sentada em casa estudando para que possa entrar em Oxford. Para Jenny, então, a única possibilidade de soltar a franga é depois de passar na universidade. Pois bem, eis que as mãos do roteirista colocam David em seu caminho. Ele é um cara charmoso, freqüentador de Paris, conhecedor de bons vinhos, fã dos melhores cantores, aparentemente rico e - o principal - nunca foi à universidade.
É aí então que a jovem literalmente pega uma carona para a via expressa mais rápido ao luxo e o glamour. Tudo que precisava fazer era topar sair com o gatão de meia idade. O problema, logo ela descobre, é que o cara é um safado. Sua vida de curtição é financiada por roubos de obras de arte e outros negócios ilícitos. Mas, poxa, ninguém é perfeito e não vamos perder a viagem para Paris. No final das contas, a garota aceita o pedido de casamento e abandona os estudos, somente para descobrir mais tarde que David é casado.
A resolução é a pior parte do filme, pois é quase um clipe. Primeiro você vê Jenny pedindo desculpa a sua diretora e professora, seguido de uma seqüência de imagens dela lendo livros e se preparando para o “vestibular”. Logo, logo, ela recebe uma carta em casa dizendo que passou no vestibular. Corta e aparece ela na faculdade, com uma narração em off da própria, explicando como é a sua vida agora.
Atenção: Em cinema não se explica, mostra ou não mostra!
O filme ficou marcado para mim pela falta de ousadia . Porém, há bons diálogos (garantia de Nick Hornby), boas atuações e ótimo trabalho na direção de arte.